A depressão é um transtorno complexo e pode ser descrita em diferentes fases, embora a classificação em cinco fases não seja universalmente aceita. A descrição a seguir baseia-se em uma interpretação comum das etapas que uma pessoa pode experimentar durante a progressão da doença.
A primeira fase é a negação. Nesta etapa, a pessoa pode não aceitar ou reconhecer que está sofrendo de depressão. Isso pode levar a um atraso na busca por ajuda e tratamento, exacerbando potencialmente os sintomas depressivos.
A segunda fase é a raiva. À medida que a realidade da depressão se instala, o indivíduo pode sentir-se frustrado e irritado, tanto consigo mesmo quanto com os outros ao seu redor. Essa raiva pode ser uma reação ao impacto que os sintomas têm sobre sua vida diária e relações.
A terceira fase é a negociação. Neste estágio, a pessoa pode tentar fazer "acordos" consigo mesma ou com um poder superior, na esperança de aliviar sua condição. É comum haver promessas de mudança ou melhorias em certos aspectos da vida, na tentativa de superar a depressão.
A quarta fase é a depressão. Essa fase é caracterizada por sintomas intensos de tristeza, perda de interesse ou prazer nas atividades diárias, sentimentos de desesperança e, em casos graves, pensamentos suicidas. É o ponto em que a pessoa reconhece plenamente o impacto da depressão em sua vida.
A última fase é a aceitação. Esta fase não significa a cura da depressão, mas sim a aceitação de que o transtorno é uma parte da vida do indivíduo e que precisa ser gerenciado. Neste estágio, há uma maior disposição para procurar tratamento e implementar estratégias eficazes de manejo dos sintomas.
É importante notar que nem todos passarão por todas essas fases e nem seguirão uma sequência linear. A experiência da depressão é altamente individualizada e variável.
O diagnóstico de depressão é realizado principalmente através de avaliação clínica por um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra. O processo inicia com uma entrevista detalhada, onde o profissional procura entender os sintomas atuais do paciente, seu histórico médico e psicológico, além de fatores de vida pessoal e familiar que possam influenciar seu estado emocional.
Durante a avaliação, são aplicados critérios diagnósticos padronizados, como os listados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ou na Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Esses critérios incluem a presença de sintomas como tristeza persistente, perda de interesse em atividades prazerosas, alterações no apetite e no sono, fadiga, sentimentos de inutilidade ou culpa, dificuldades de concentração, e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.
Testes psicométricos podem ser utilizados para avaliar a gravidade e a natureza dos sintomas depressivos. Estes testes incluem questionários e escalas autoaplicáveis ou conduzidos pelo profissional, como a Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D) ou o Inventário de Depressão de Beck (BDI), que ajudam a quantificar a intensidade dos sintomas e monitorar a resposta ao tratamento.
Além da avaliação psicológica, é importante realizar um exame físico e, se necessário, exames laboratoriais para descartar condições médicas que possam causar sintomas semelhantes aos da depressão. Doenças como hipotireoidismo, deficiências vitamínicas e alguns tipos de infecções podem mimetizar ou exacerbar os sintomas depressivos, portanto, é crucial que estas sejam identificadas e tratadas.
O diagnóstico de depressão é, portanto, um processo abrangente que combina entrevista clínica, aplicação de critérios diagnósticos estabelecidos, uso de ferramentas psicométricas e avaliação médica geral. Este procedimento detalhado garante um diagnóstico preciso e o planejamento adequado do tratamento.
O tratamento da depressão com um psicólogo envolve principalmente psicoterapia, uma abordagem terapêutica que ajuda o paciente a entender e modificar seus padrões de pensamento, emoções e comportamentos. Uma das formas mais eficazes de psicoterapia para depressão é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). A TCC foca em identificar e reestruturar pensamentos negativos e crenças irracionais que contribuem para a depressão, além de ensinar habilidades de enfrentamento para lidar com situações desafiadoras.
Outro método comum é a Psicoterapia Psicodinâmica, que explora como as experiências passadas e os conflitos inconscientes influenciam os comportamentos e sentimentos atuais. Esse tipo de terapia busca aumentar a autoconsciência e entender os padrões emocionais subjacentes, o que pode ajudar o paciente a lidar melhor com suas emoções e a desenvolver novas maneiras de interagir com os outros.
A Terapia Interpessoal (TIP) também é frequentemente usada no tratamento da depressão. Ela foca em resolver problemas nos relacionamentos do paciente que possam estar contribuindo para ou exacerbando sua condição. A TIP ajuda a melhorar as habilidades de comunicação e a fortalecer as redes de apoio social, fundamentais na recuperação da depressão.
Além dessas abordagens, os psicólogos podem integrar técnicas de mindfulness e relaxamento para ajudar a gerenciar o estresse e a ansiedade associados à depressão. Estratégias como a meditação mindfulness podem aumentar a consciência do momento presente e promover uma atitude de aceitação em relação a pensamentos e sentimentos, reduzindo a ruminação e o mal-estar psicológico.
Cada abordagem terapêutica é adaptada às necessidades individuais do paciente, e o processo terapêutico em si é colaborativo, envolvendo tanto o psicólogo quanto o paciente trabalhando juntos para entender a depressão e desenvolver estratégias eficazes para superá-la. Este tratamento pode ser complementado por intervenções médicas, como medicamentos, dependendo da gravidade dos sintomas e da resposta do paciente às terapias.
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